Censos

Hoje censeei-me... a mim e à minha família! Estava ansioso e nervoso, que já não respondia a tanta pergunta junta desde que acabei os estudos... mas correu bem, tinha a matéria bem estudada... havia uma ou outra rasteira, mas acho que as topei a tempo... Por exemplo, aquelas perguntas sobre se a minha filha de um ano tinha dificuldade em andar, fazer-se entender ou compreender os outros, tomar banho e vestir-se sozinha e dificuldades de memória ou concentração eram para só para enganar... Porque embora a resposta seja claramente sim, havia uma nota para o facto que se a resposta se devesse à tenra idade, se deveria responder que não... ou seja, mentir. E mentir é feio. Com que cara é que eu vou dizer à minha filha para não mentir, quando ela depois pode argumentar: "Ah, mas tu quando preencheste os censos por mim também mentiste!". É mais ou menos como naquela pergunta sobre quem recebe a recibos verdes mas trabalha como se tivesse contrato, que se deve responder a segunda hipótese... imagino que essa malta deve estar contentíssima por preencher os censos, porque pelo menos da pergunta 32 até ao final sempre se imaginam a receber 13º e 14º mês e com férias pagas! "Iupi, espero que estas perguntas nunca acabem", pensam eles, "isto de ter contrato até é fixe, viva os censos!!!"... Pois é, senhores dos censos, obrigar as pessoas a mentir é muito, muito feio. Vá, agora vão para ali para o canto e quando estiverem prontos para pedir desculpa logo voltam... Enquanto isso, o que interessa é que o meu questionário já está preenchido! Agora já posso passar os próximos 10 anos descansadinho, uma vez que os meus deveres de cidadão nesse período acabaram. Depois então volto a censear-me, ou seja, recenseio-me... Até lá, pelos visto o estado não me obriga a fazer nada! Entretanto estou é capaz de ir votar, mas porque quero... ainda não sei é se hei-de por a cruz à esquerda ou à direita... ou então ponho no boletim de voto, logo se vê!