quinta-feira, 29 de março de 2012

Incubadora

Já é um lugar comum: os pais fazem tudo para o bem estar dos seus filhos. Por exemplo, custou-me duas doses de 80€ cada para vacinar a minha criança contra o rotavirus aqui há mais de um ano. Supostamente esta vacina faz com que a criança fique mais imune a gastroenterites. Pode até apanhar, mas os sintomas são mais ligeiros, uma vez que já tem alguns anticorpos. E realmente 160€ é dinheiro, mas parece um preço justo a pagar por isso, do ponto de vista de um pai. Só que o que os pediatras e o próprio folheto informativo da vacina não dizem, é que o preço a pagar não é só esse. Ah pois não... "Oh coitadita, está mesmo mole por causa da gastro que tem, anda cá ao colinho, toma lá uns beijinhos" e pumba, já está, o virus da gastro (reparem, já a trato só pelo diminuitivo, dada a intimidade) já passou para nós! Só que não é um virus qualquer. Não, é um virus que provocou sintomas na criança durante apenas um diazito, que esteve à pancada com os anticorpos da criança e que entra no corpo dos pais preparado para um batalha tremenda! Só que, maravilha das maravilhas, os pais não levam a vacina, logo o exército de anticorpos dos pais não existe. E então começa a pilhagem... Ele é batalhões de virus a partir tudo o que os pais têm nos intestinos, durante dias e dias a fio os pais dormem na casa de banho, acocorados como se tivessem na trincheira, deitam fora (por uma via ou por outra) tudo o que tentam ingerir e a criança, agora já cheia de vitalidade e sem possibilidade de voltar a apanhar o virus (está imune), ainda faz por pedir mimo e atenção, porque assim ficou habituada durante o dia em que esteve doente. E é por isso que eu ultimamente tenho carinhosamente chamado a minha filhota pela sua nova alcunha: A incubadora de virus. Além de ser uma alcunha fofinha, também dava um excelente nome para um filme. Portanto vou escrever à Deco, a dizer que tudo isto deveria vir no folheto informativo da vacina. Aproveito e envio na mesma carta da queixa da Depuralina, que afinal aspira gorduras, mas não aspira bolachas do chão! Já experimentei, não resulta, vou continuar a usar a minha mulher. Ah, repararam no brilhante uso do callback, já para não falar do apontamento machista... e ainda dizem que não me estou a tornar um humorista experimentado... Quem é que diz isso? Não sei... dizem...

terça-feira, 27 de março de 2012

ISP-Instituto de Socorro a Piadas

Não sei se é só comigo ou se mais alguém já passou por isto. Vou dar um exemplo. Estou na sala a comer bolachas. Há uma que me foge das mãos e se estatela no chão, desfazendo-se em mil e um pedacinhos. A minha mulher diz: "Alguém vai ter de aspirar isto!", ao que eu respondo, "Não te preocupes. Daqui a nada já vou comprar Depuralina para tratar disso..." e a minha mulher não se ri. Gera-se então aquela sensação de "será que tenho de acrescentar à piada alguma coisa", "será que não percebeu", "será que não estava a ouvir". E é aqui, neste preciso momento, que eu entro na espiral de salvamento da piada: "O anúncio da Depuralina diz que aspira gorduras, portanto não vejo porque não possa aspirar bolachas também..." Nada! "Deve ser só colocar aqui no chão, com a posologia correta e passado uns tempos já aspirou tudo!" Nicles... "e se não for assim, denunciamos como publicidade enganosa à Deco!" Silêncio, "Sim, porque no fundo os hidratos de carbono das bolachas acabam por se transformar em gorduras depois de ingeridos, logo se aspira gorduras, tem mesmo de aspirar bolachas, porque elas são uma e a mesma coisa!" Ora bem, há aqui duas coisas a reter. A primeira é que de facto há que saber parar... Diz-se que a regra nº 1 de um bom humorista é nunca contar a mesma piada duas vezes. Quem ouviu, ouviu, quem não ouviu, espera pela próxima. Notem que eu não me estou a comparar a um bom humorista, digamos que estou a partilhar isto como cultura geral. A segunda é que o importante é saber quem se ri por último. E a verdade é que, provavelmente por estar farta de me ouvir, a minha mulher levantou-se, foi buscar o aspirador e aspirou os pedaços de bolacha. Potanto, bottom line: esqueçam a primeira coisa a reter! Salvem as piadas até ao fim, que elas acabam por vos salvar a vocês. Comigo resulta...

sexta-feira, 9 de março de 2012

Dia Internacional da Mulher

Ontem o Sporting ganhou (esta frase se acabasse aqui já era notícia) ao Manchester City para a Liga Europa. Eu repito, o Sporting ganhou ao todo-poderoso Manchester City! Sim, a equipa que há semanas ganhou 4-0 ao Porto e cujo orçamento anual quase que dava para pagar a dívida portuguesa!... Ei, calma, eu disse quase! O Sporting fez um jogo brilhante, dos melhores que já se viu fazer... como é que eu sei? Disseram-me... sim, eu não vi o jogo! Eu estava a acompanhar a minha mulher e a minha filha a um evento onde não havia televisão... sim, por amor à minha mulher e à minha filha, eu perdi a única oportunidade que terei na minha vida de ver o Sporting ganhar ao Man. City! Claro que quando disse à minha mulher o "Eu vou contigo." não sabia que o Sporting ia ganhar e imaginava que o mais certo era perder, mas ainda assim, se a minha mulher me amasse a mim da mesma maneira que eu a ela, teria dito "Se calhar é melhor ficares, olha que pode ser a única oportunidade que tens de ver o Sporting ganhar ao City!", mas não disse... E ainda dizem que são as mulheres que precisam de um dia internacional, por causa da discriminação e assim...

domingo, 4 de março de 2012

Previsão

Ouvi na semana passada o ministro da Saúde dizer que se vai fazer um estudo sobre o pico de mortalidade que ocorreu, em que numa semana morreram 3000 pessoas, 90% das quais com mais de 65. Se é verdade que isto não ajuda aos propósitos do governo (ver aqui) uma vez que 90% das pessoas já não estavam na idade ativa, também é verdade que eu consegui prever este pico de mortalidade com um mês de antecedência. Portanto, para quem quiser jogar no euromilhões daqui a um mês, os números são... ah, queriam, não era?! Não posso dizer os números aqui, senão tinha que dividir o prémio com todos os leitores deste blog... toda a gente sabe que eu vos adoro, mas não o suficiente para fazer isso! Mas por acaso calha mesmo bem... como o final do calendário Maia e por consequência o fim do mundo é a meados de Abril de 2012, ainda tenho 15 dias para estoirar o dinheirinho todo... Bela vida, a minha!

quinta-feira, 1 de março de 2012

Critica Musical

Aqui vai um post à deputado: não percebo do que vou falar, não me documentei sobre o assunto, mas tenho uma opinião que vou partilhar! Sim, este post é sobre critica musical. Penso que será o primeiro deste blog (falha tremenda) e tem probabilidades elevadas de ser o último. Vá lá, uma probabilidade igual à de Portugal e a Grécia sairem do Euro (moeda, não campeonato europeu de futebol)... ou seja, vai depender da conjuntura! Mas aqui vai... outro dia, a fazer zapping radiofónico ouvi o locutor a apresentar a música "Sing like me" do Chris Brown. A minha primeira pergunta foi: Quem é o Chris Brown? Depois, começou a música e essa pergunta perdeu o interesse... outra maior se levantou: Quem é que quer cantar como o Chris Brown? E aqui entra a minha opinião: ninguém. Porquê? Porque o Chris Brown nunca chegou a mudar de voz, coitado... Tudo bem que na altura em que se muda de voz, ninguém quer mudar de voz... as frases começam graves e acabam a esganiçar ou vice-versa e não é agradável. Mas depois de completo o processo, todo o homem fica contente por ter voz "à homem"! Ora o que o Chris Brown vem dizer é: "Olhem, eu tenho voz fininha, querem cantar como eu?!" Tem juizo, Chris, lá porque tens um problema, não queiras que outros o tenham também, não te fica bem... Claro que não tive tempo para mais considerações (e elas estavam a sair tão bem!), porque entretanto alguém gritou do banco de trás do carro: "Papá, música!" Numa coisa estamos de acordo, eu e a minha filha: as canções do Chris não são propriamente música... Já no que é música, eu e a minha filhota não conseguimos concordar!... Para ela, música são canções que envolvam relatos de alguém que atirou "o pau ao gato" e de quem estava "assentada à chaminé, veio uma pulga mordeu-lhe o pé". Ou então de alguém que viu "um sapo, um grande sapo, tudo comeu, nem ofereceu", o lambão... ou ainda de alguém que perdeu o dó da sua viola, da sua viola ele perdeu "o dó, do...rmir é muito bom, é muito bom (bis)"! Que pena que a criança não cumpra a letra da música ao fim de semana. E por aí fora, com lojas do mestre André, onde alguém comprou "um pifarinho, tiro-liro-liro um pifarinho"! Já para mim, música é uma coisa que envolva instrumentos musicais, mas cuja letra não fale deles! Por exemplo, o tão esperado novo álbum dos Anaquim: "desnecessariamente complicado"! Já está nas bancas, mas eu ainda não o comprei, porque com a crise ando com bastante aversão ao sítio onde ele está (a banca). Estivesse ele noutro sitio e já cá cantava, literalmente. Agora, permitam-me que discorde numa coisinha. Se a mensagem a passar é que não se deve complicar as coisas, porque se escolhe para nome do disco uma palavra que tem nem mais nem menos que 18 letras. "Ah e tal, que palavra é que vamos utilizar para o título do nosso álbum sobre como as pessoas gostam de complicar? Ah, já sei, escolhemos um advérbio de afirmação, ao qual juntamos um prefixo de negação, usando dessa forma no título do álbum uma figura de estilo - a ironia, que tão bem nos caracteriza - em relação à mensagem que queremos transmitir..." Realmente, mais simples não podia ser...

P.S.- Boa sorte e muito sucesso aos Anaquim com o seu novo álbum! Melhor, melhor, só se o José Rebola também ainda não tivesse mudado de voz... Já estive a cantar o "desnecessariamente complicado" com voz esganiçada, durante o duche, e olhem que vale a pena... tem é de ser durante o duche, que a água nos ouvidos ajuda para conseguir aguentar a minha própria voz!