quinta-feira, 26 de abril de 2012

25 de Abril, quase sempre!

Celebrámos ontem o dia da liberdade, em que caiu a ditadura no nosso país. Não sei que tipo de ideias é que isso deu à minha filha, mas ela agora anda com a mania que tem opinião! Já emite opiniões, dizendo coisas como "Não quero!", "Não, papá!" ou "O papá é tótó"... e digamos que eu não gosto de nenhuma delas, tirando a última que até é bem observado. Se por um lado o país celebra a queda da ditadura voltando à qualidade de vida que se tinha na altura, parece-me que no caso da minha filha já não há volta a dar... ela vai continuar a emitir opiniões quer eu queira, quer não. É como se costuma dizer: "Os pais ensinam as crianças a andar e a falar, para depois lhe estarem sempre a dizer para estarem caladas e quietas," o que parecendo que não ainda cansa uma pessoa. Portanto muda-se a estratégia. Como não se consegue estar sempre a mandar calar a criança, a única maneira de dar a volta é fazer com que as opiniões dela sejam aquilo que nós queremos. À pergunta "Chocolate, papá?!" (sim, ela já provou chocolate, é impossível não provar, ela tem avós!) responde-se em tom entediado "Chocolate? Isso não presta"... enquanto que por outro lado dizemos com um ar de quem ganhou o euromilhões "Anda, vamos ao penico! O penico é fixe... olha, é pequenino como tu! Queres que o Panda vá ao penico contigo..." enfim, escusam de comentar que eu também li... mas tem de ser, que a criança já tem opinião! É o que dá, vivermos num país com liberdade de expressão! A estratégia é parecida com o que os nossos governantes fazem connosco, tentando-nos mostrar que o que nos está a acontecer é um mal necessário, era bem pior se eles não fizessem o que fazem. Só que nós, os adultos, parece que temos mais dificuldade que as crianças em usar a nossa liberdade de expressão... senão já teríamos saído para as ruas a perguntar aos nossos governantes aquilo que a minha filha agora me anda sempre a perguntar: "Que estás a facher, papá?!"

P.S.- Nota para a liga de proteção de animais: Nenhum Panda foi utilizado para a escrita deste post! O Panda que vai ao penico com a minha filha é um peluche...É chata, esta malta fundamentalista ambiental. Vá, agora ide pentear macacos... de peluche, também!

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Valeu!

Desde a empolgante reviravolta (de 0-1 para 2-1, sendo que na realidade o jogo poderia ter ficado 5-3) até ao senhor que saiu do meu lado para fora do estádio (lixado depois do 0-1) a dizer mais de 20 asneiras por segundo quadrado (é uma unidade de tempo no continuo espaço-tempo), passando obviamente pelo senhor já de idade avançada que atrás de mim por não saber assobiar vaiava o arbitro com um "buuuuuuuuuuuuuuu (pausa para respirar) buuuuuuuuuhuuuu"... Muito bom! Na realidade até me pareceu barato... ou não!

terça-feira, 17 de abril de 2012

Vale o dinheiro?!

Ora aqui está uma expressão boa. Paguei X por tal coisa, mas vale o dinheiro! Será que de cada vez que dizem isto, as pessoas fazem as contas ao tempo que tiveram de trabalhar para ganhar aquele dinheiro? Se calhar fazem, mas a avaliar pelas médias nacionais a matemática, estou capaz de dizer que as fazem mal e que embora lhes parece que vale o dinheiro, muitas vezes, não vale! Mas o caso particular que eu tenho em mente é o seguinte: dei cerca de 30€ por um bilhete para ver a meia-final da Liga Europa entre Sporting e o Bilbao da próxima quinta-feira. Será que vale o dinheiro, será que vale a pena ir? Recolhi algumas opiniões, a saber, a óbvia "Depois do jogo logo vês se valeu a pena", a comparativa "É bom preço, por um concerto pagas o dobro" (com a diferença de que num concerto tem-se a garantia de se ir ver um espectáculo, e num jogo do Sporting nem por isso...), a demagógica "Com o estado em que estão as coisas, como consegues gastar dinheiro com futebol?!", a de sportinguista tipo 1 "Vai, Só eu sei porque não fico em casa..." (e nesta altura já está abraçado a mim e aos saltos), a de sportinguista tipo 2 "Não vás, somos sempre roubados pelos árbitros..., (e eu contraponho) Contra o Benfica não fomos , Pois, é o sistema... (e eu contraponho) ???", a resposta aluada tipo 1 "O Sporting está nas meias-finais? Boa!", a resposta aluada tipo 2, muitas vezes proferida depois da aluada tipo 1 "As meias-finais é quando só estão duas equipas, não é? Boa!" (Sim, a final é quando só está uma...), a resposta probabilística tipo 1 "O Sporting em mais de 100 anos de história só esteve em 5 meias-finais europeias, portanto vai, que em média tens de esperar mais de 20 anos pela próxima oportunidade", a resposta probabilística tipo 2 "Com o avançar da competição, a probabilidade do Sporting perder aumenta! Não vás!", a resposta moralizante "Vai, o Sporting vai ganhar e se não fores vais ficar com pena!", a resposta desmoralizante "Arriscas-te a pagar 30 euros, apanhar chuva ou frio e a vir de lá chateado!", a resposta da minha mulher "Arriscas-te a pagar 30 euros, apanhar chuva ou frio e a vir de lá chateado!" e, finalmente a resposta da minha filha "Papá, anda brincar!". No fundo, nenhuma da anteriores me satisfaz, tirando a da minha filhota, que é sempre válida!... E então mudei o paradigma e olhei para o problema de outra maneira. Numa escala diferente, isto é como jogar na lotaria. O talão da lotaria, será que vale o dinheiro? A resposta geral é não, não vale! Se não se ganhar os primeiros prémios, não vale! Ainda assim, na pior das hipóteses dá-se dinheiro à Misericórdia e isso é valioso, pelo trabalho que eles fazem. Se bem que o principio está errado. O dinheiro que se dá à Misericórdia é com o intuito de se vir a ganhar muito dinheiro e não com o de ajudar. É como aquelas campanhas: Compre isto por 2 € e 1€ é dado à Associação tal! É pá, se é para ajudar, mais vale dar logo os 2€ a essa associação. Temos de parar com esta ideia do consumismo solidário! E é o que eu estou a fazer! Sim, é verdade, até me fica mal estar aqui a vangloriar-me disto, mas dei cerca de 30€ para ajudar o  meu Sporting (que precisa porque está falido) e não espero nada em troca: não espero que eles ganhem, nem que eles joguem sequer bem... e agora estou em paz com a minha decisão! E até à hora do jogo, vou ficar assim... depois logo vos digo qual das respostas acima é está certa...

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Contracetivos

Genial! Num país em que a taxa de natalidade é das mais baixas da Europa (ronda os 1,6 filhos por casal, quando o que seria necessário para manter a sociedade sustentável é cerca de 2,2) o que é que o governo se lembra? Isso mesmo, de baixar ainda mais os incentivos à natalidade... Clap, Clap, Clap, isto sou eu, de pé, a aplaudir! Nunca percebi como se consegue aplaudir de pé e ao mesmo tempo escrever "Clap", mas também não tenho de perceber tudo. Mas vamos lá voltar a esta maravilha de governo que temos... pois é, o subsidio de natalidade vai diminuir! Impecável, como os tempos já são propicios para ter agora um filho, vem o ministro e corta no subsidio! Ninguém quer cá facilidades!... Segundo o ministro, não faz sentido uma pessoa ganhar mais sem trabalhar do que a trabalhar, portanto todas as prestações sociais em que isso aconteça vão baixar. Assim, os descontos dos subsidios de férias e Natal (e são grandes, eu por exemplo desconto na totalidade) deixam de entrar para o cálculo do subsidio. É bem pensado, realmente ninguém gosta desses malandros que em vez de trabalhar andam a mamar subsisidos. Sim, sim, aposto que uma mulher fica grávida só para não ir trabalhar!... É um argumento que colhe! Além disso, quando pensamos nesses malandros que mamam subsidios sem trabalhar, o que nos vem logo à cabeça são grávidas e mães com depressões pós-parto, não são ministros que dizem que moram em Braga para receber um subsidio de alojamento de 1300 € por morar em Lisboa, onde já têm casa própria! Tenho uma ideia, que é a seguinte: quando voltarmos a ter oportunidade de votar, vamos voltar a escolher um destes que por lá andam com os seus amiguinhos da banca... é boa ideia! Na pior das hipóteses vota-se em branco! A não ser que calhe a um domingo de praia, aí toda a gente sabe que o português tem as suas prioridades... Ou então que calhe a um domingo de chuva, que não apetece sair de casa... mas se calhar a um domingo com o tempo mais ou menos, ah, aí vamos pela minha ideia, boa?!

P.S.- A indignação de uma pessoa mede-se pelo número de pontos de exclamação do seu discurso! Eu sei que vocês não têm noção disso porque não me vêem a falar, mas hoje o meu discurso está cheio de pontos de exlamação! Até me saem-me pontos de exclamação pelos poros, o que diz que ajuda a limpar a pele!...