quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Ano novo, vida nova

Este ano foi mesmo verdade! Mudança do centro Litoral para a grande Lisboa, emprego novo para mim e para a minha esposa, infantário novo para a criança... (peço desculpa pela demora na partilha da novidade, mas tenho andado meio zonzo com os acontecimentos na nossa sociedade). Não percebo como ainda dizem que estamos em crise! Se calhar é porque o meu salário não chega para cobrir os gastos... peço desculpa pelo plágio ao Sr. Presidente! No meu caso, de repente as despesas de educação com a criança duplicam; tenho gastos com duas casas, que aparentemente ninguém quer comprar a minha antiga no litoral centro do país, em zona recatada mas com excelentes acessos, jardim e terraço, a um preço que eu considere razoável; e além disso passo a ganhar menos, cortesia do nosso governo por me considerar um desses malandros dos funcionários públicos que são parasitas da sociedade. Sim, o governo tem esta maravilha de nos agrupar por classes! És funcionário público, ganhas menos; não és funcionário público, ameaçamos que trabalhas mais meia hora, para depois negociar com a concertação social e retirar esse prolongamento; Não és bem funcionário público porque trabalhas no Banco de Portugal mas és co-responsável pelo buraco do BPN e do BPP pois não fizeste a fiscalização como deve ser, ficas na mesma ou ainda és capaz de ter um aumento... e mesmo que não ficasses nós depois arranjávamos maneira de te pagar em prémios de "produtividade". Sim, porque se te cortarmos o ordenado o que vai acontecer é que tu vais fugir com a tua incompetência para outro banco e ninguém quer isso. Só depois dentro dos funcionários públicos é que o agrupamento por classes não funciona tão bem: Chegas atrasado, ainda vais beber café e ficas durante o dia a coçar a barriga, levas um corte; Trabalhas por dois, levas um corte igual e ainda uma ou outra boca por trabalhares tanto; Não tens dependentes, levas um corte igual; Tens dependentes levas um corte quase igual, apenas te dão em média mais 12 euros por dependente ao ano, que toda a gente sabe que é mais ou menos esse o custo anual de sustentar uma criança entre infantário, alimentação, higiene e vestuário. Realmente não se percebe como a taxa de natalidade em Portugal não aumenta! Também é impressionante como não se dá ouvidos aos docentes de universidades de Economia do país, reconhecidas internacionalmente, que estão constantemente no telejornal a dizer que Potugal precisa de mais incentivo à produtividade. O que me lembra uma história curiosa que me contaram e que se passou numa dessas universidades. Um dos docentes em início de carreira sugeriu ao colegas o seguinte: e se nós reduzimos o nosso ordenado base por categoria em 30% e esse remanescente fosse distribuido por todos segundo indicadores de produtividade como carga lectiva, cargos de gestão, número de alunos de mestrado/doutoramento, número de publicações científicas, etc... A ideia foi amigavelmente recebi pelo colegas com um "Mas tu estás doido, pá!" Realmente não se entende como este país não anda para a frente.

P.S.- Peço desculpa por ultimamente só falar de política e do estado do país (aqui refiro-me a estado-situação, não a estado-governo), mas a tipa que mora comigo na minha cabeça não me dá outra hipótese. É uma tipa simpática, mas meio autoritária, chama-se consciência. E ela tem muita razão numa coisa: se não falar de política, vou falar do quê? Do Sporting?!

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