quinta-feira, 11 de julho de 2013

Regabofe

Diz que falar em palhaçada dá prisão, portanto em vez da palhaçada vamos falar do regabofe. Tudo começou há uns anos, quando um folião que teve 14% nas eleições achou que podia mandar no país. A coisa não correu bem ao princípio, ficando relegado para nº 3 do governo, inclusivé mandatado para o estrangeiro, ou seja, levou um "vai lá para fora brincar e não me chateies". Ora como isto não servia o nosso folião, ele manteve-se à espreita até que o nº1 do governo (que começou como numero 2, mas entretanto com a sua fala extretamente vagarosa tinha passado a nº 1) se demitiu, começando o regabofe. Com uma birra, o nosso folião conseguiu convencer o nº 2 do governo (que após a demissão poderia voltar a ser o nº 1), que se deveria manter como nº 2 deixando o cargo de nº 1 para o nosso folião. Estava tudo bem encaminhado, até que o Zé Pereira fez a sua comunicação ao país, ontem à noite. Cabeçudo como é, das duas soluções que se propunham para acabar o regabofe (permitir que com 14% de votos o folião governasse OU marcar novas eleições) o Zé Pereira escolheu uma terceira, para continuar com o regabofe. Toda a gente sabe como o nosso Zé Pereira gosta do regabofe e de mesmo calado, conseguir ser sempre o centro da festança! Aparentemente todas as cinco companhias de circo ficaram surpresas, o que explica a longa espera até fazerem um comunicado. Tinham um comunicado preparado para cada uma das duas situações previstas, mas para a terceira não. Apenas uma das companhias (a da foice) é que demorou apenas uns 5 minutos a reagir, pois como se sabe eles têm sempre um comunicado pronto, que é sempre o mesmo independentemente da situação e que acaba sempre com a punchline: "A luta dos trabalhadores vai continuar". E é assim, por cá o Carnaval já não é feriado, mas o regabofe continua.  Já se sabia que não tínhamos independência económica, mas agora temos a novidade de que o nosso Zé Pereira é que sabe o que é melhor para nós e suspende também o direito ao voto por mais um ano. Toda a gente sabe que o português gosta de folia e de um bom regabofe, mas eu já estou cansado de ver o desfile passar...


P.S- Uma coisa que me lembrei agora e que não tem mesmo, mesmo nada a ver com isto: Alguém sabe por que o Portas queria ficar com a pasta da Economia? Porque ele tem experiência e muito sucesso nos mercados! Diz que depois dessa notícia, os juros da dívida portuguesa baixaram logo nos mercados... do Bulhão e de Alvalade.

2 comentários:

  1. Pois é Pedroto, realmente o que se está a passar neste país, cada vez mais à beira de África, é um regabofe (como muito justamente classificaste), com alguns foliões, palhaços, ilusionistas, equilibristas, trapezistas e outros artistas convidados.
    Dir-se-ia um verdadeiro circo, com tenda e tudo.
    O trabalho de o continuar a manter está, parece, assegurado e distribuído.
    Falta apenas saber se os pagantes, aqueles a quem um dia prometeram que iriam deixar de ser um povo do terceiro mundo, são do tipo de aplaudir nos Jerónimos ou de se manifestar nas galerias da Assembleia da República.
    Alguma vez o saberemos?
    A médio prazo o Presidente da Republica, parece, não quer que se saiba.
    Um abraço
    Rui Silva

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  2. Rui,
    simplesmente genial a alusão a artistas convidados! Como se já não bastasse os artistas que cá temos no burgo, ainda temos de "aturar" os convidados, que cá vêm fazer as suas avaliações. Enfim, estamos cada vez mais perto de África mas o nosso fado já nem com makumba e voodoo se altera! Nem nos Jerónimos, nem nas galerias da Assembleia da Répública, que pelos vistos a nossa presidente de Assembleia quer interditar ao povo, pois segundo ela os deputados "não foram eleitos para serem ofendidos"... terão talvez sido eleitos para nos ofenderem?

    Grande Abraço e bem vindo a este espaço onde a parvoíce e a realidade se confundem!... No fundo, tenta ser um retrato fiel do país!

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