quarta-feira, 23 de maio de 2012

Epá

Dei comigo a escolher um gelado que eu e a minha filhota pudéssemos comer. E a escolha caiu no Epá, esse mítico gelado do "puto pastilha, o rei do balão". Convém esclarecer que eu não comia um Epá desde que tinha uns 8 anos... mas a primeira impressão foi que o Epá é muito mais pequeno. Não sei se é um fator de escala (por eu também ser mais pequeno na altura), se de facto o gelado está mais pequeno! Nem nunca vou saber, a não ser que alguém tenha no congelador um gelado Epá da altura em que eu tinha 8 anos... o que pouco interessa, porque eu não entraria nunca em contacto com esse doido! Mas a desilusão não ficou por aí: que é feito da bola de pastilha grande no fundo do copo??? Agora em vez de uma bola existem umas 5 pequeninas, que depois de mastigadas formam uma pastilha sensaborona e pequenina (mais uma vez, como as bolas são tão pequenas, fiquei na dúvida se não engoli metade)... Enfim, uma desilusão. Agora, a minha filha adorou: "É Epá, papá... mais?!" E só então percebi mais uma destas missões secretas da parentalidade. Os pais escolhem Epás para dar às crianças em vez de Magnuns, não por ser mais "saudável"; Os pais começam por dar água às crianças, depois mais tarde sumos, e muito mais tarde uma cerveja fresquinha, não por ser mais saudável; há aqui todo um equilíbrio de fazer a criança gostar de crescer... e é um jogo difícil de jogar! Tem mesmo de ser... senão a frase "Tens de beber o leite/comer a sopa/vegetais para ficares grande!" não pega, porque a criança não quer ficar grande! Se alguém me disser: "olha, já não podes passar o dia inteiro a brincar, tens de ir trabalhar para ganhar o teu e dar metade em impostos extraordinários e cortes de subsídios à troika mas, por outro lado, podes beber uma loira fresquinha!" eu acho justo. Só há aqui um catch: os governantes deviam andar a água e Epás... afinal, eles passam o dia a brincar con... nosco!

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