sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

O que nos havia de sair na rifa!

Agora quem pede fatura está habilitado a ganhar um carro! Nem sei por onde hei-de começar, a cabeça está quase a explodir com interrogações... Vamos começar por imaginar a reunião de conselho de ministros onde isto se originou. Alguém diz: "Para combater a evasão fiscal, o melhor era devolver parte do IVA pago pelo consumidor a quem pedisse fatura." Todos acham bem, até que um iluminado se levanta e diz: "Isso está tudo certo, mas o português não gosta de receber certinho, é mais de jogar no euromilhões. Bom, mesmo bom, era no final sortear-se um carro!" É a extase geral... parece que estou a ver o Paulo Portas a bater com a cabeça nas paredes "Mas como é que eu não me lembrei de uma ideia tão populista (e estúpida, isto sou só eu a dizer) antes", enquanto que fica para discussão futura os pormenores do sorteio. Passa-se essa discussão e sai o anúncio público dos detalhes: "Então é assim, cada fatura dá lugar a um cupão... mas quem gasta mais em faturas declaradas tem mais probabilidades de ganhar." Ninguém percebe nada, nem de onde vêm os carros (aposto que são os de serviço do governo, para eles terem desculpa para comprar novos), nem se os carros vão entrar no país de forma legal ou à Miró. No fundo, isto muda todo um paradigma para os apostadores. Em vez de se beber um café e comprar uma raspadinha, agora bebe-se dois cafés com fatura, mas separadas, para ter dois cupões, mas a gastar o mesmo e portanto não mudar nada... ou então muda, não se sabe! Quem nunca ouviu a frase: "Estou mesmo com uma fezada, vou beber um café com fatura" No fundo, temos um governo que desinveste na educação, mas nos ensina a ser bons cidadãos desta forma: "É dever do vendedor passar faturas, mas para que isso aconteça, vamos criar um sorteio para que esta seja pedida pelo consumidor". Mas nem tudo é mau, que eu estou com fezada que a minha ideia para eleições seja posta em prática pelo nosso governo. Em vez de se gastar milhões em campanhas, que tal sortear o próximo primeiro-ministro, de entre todos os recenseados. Podia calhar a qualquer um e pior não ficávamos de certeza. Se não for com este governo que o sorteio eleitoral vai avante, não é com nenhum, portanto vou manter as esperanças até ao final da legislatura! O problema é que nesta altura há uns 50% de possibilidades de calhar a um emigrante... e toda a gente sabe que ele não vai querer voltar!

Sem comentários:

Enviar um comentário